quarta-feira, 5 de outubro de 2011
Poesia de Fernando Pessoa sobre amigos
"Meus amigos são todos assim: metade loucura, outra  metade santidade. Escolho-os não pela pele, mas pela pupila, que tem que  ter brilho questionador e tonalidade inquietante. Escolho meus amigos  pela cara lavada e pela alma exposta. Não quero só o ombro ou o colo,  quero também sua maior alegria. Amigo que não ri junto, não sabe sofrer  junto. Meus amigos são todos assim: metade bobeira, metade seriedade.  Não quero risos previsíveis, nem choros piedosos. Quero amigos sérios,  daqueles que fazem da realidade sua fonte de aprendizagem, mas lutam  para que a fantasia não desapareça. Não quero amigos adultos, nem  chatos. Quero-os metade infância e outra metade velhice. Crianças, para  que não esqueçam o valor do vento no rosto, e velhos, para que nunca  tenham pressa. Tenho amigos para saber quem eu sou, pois vendo-os loucos  e santos, bobos e sérios, crianças e velhos, nunca me esquecerei de que  a normalidade é uma ilusão imbecil e estéril"
 Fernando Pessoa
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